por bel magnani
Self-Portrait Leaning on a Stone Sill, Rembrandt Harmensz van Rijn, 1639.
Rembrandt foi um importante pintor e gravador do século XVII. Ele viveu numa época em que a gravura* era vista como uma arte menor. Uma arte que tinha como finalidade reproduzir os desenhos das pinturas dos grandes mestres a fim de que as reproduções das obras importantes circulassem pela Europa. Afinal, nesse período, a maestria de um pintor estava mais ligada à composição dos elementos do quadro do que propriamente às nuances de cores ou às suas pinceladas.
Rembrandt não considerava a gravura como um mero estudo ou de um exercício prévio para uma pintura, ele a encarava como uma arte completamente independente da pintura. Rembrandt desenvolveu o uso artístico da gravura em metal e, depois dele, a gravura foi vista como um gênero de arte em si.
A grande contribuição de Rembrandt à arte foi a maneira como resolvia as questões do claro e escuro, exaltando a dramaticidade das cenas e também a dualidade entre o claro e escuro, produzindo gravuras ricas em detalhes. A técnica que mais usou é a chamada água-forte combinando-a genialmente com o buril e a ponta-seca**. Rembrandt é considerado um dos maiores água-fortistas da história da arte.
A temática de suas obras foi retratos de anônimos e também celebridades, aliás, realizou muitos auto-retratos que serviram como estudo das expressões faciais. Realizou paisagens, nus e cenas do cotidiano da cidade, assuntos considerados com menos importância. Outro assunto bastante abordado por ele foram as cenas bíblicas e religiosas, nas quais as representações dos personagens bíblicos eram muito mais humanizados e realistas, ao contrário da maneira idealizada e com caráter de divindade como são costumeiramente representados.
Aqui no Brasil, encontramos obras do Rembrandt no acervo do MASP (Museu de Arte de São Paulo).
- Gravura São Jerônimo em oração
- Pintura Retrato de jovem com corrente de ouro (Auto-retrato com corrente de ouro)
* Gravura: técnica que utiliza uma matriz de superfície dura para serem feitas intervenções tais como incisões, corrosões, talhos e corte com goivas, buris, ponta-secas, berçôs. Depois de finalizada e entintada a matriz são feitas impressões sobre papel (ou outro material, como tecido). As gravuras tem tiragem limitada em exemplares iguais, numerados e assinados. Os diferentes tipos de gravuras são em função do tipo de material da matriz: litografia (matriz em pedra), gravura em metal (matriz em placa de cobre), xilogravura (matriz em madeira), linóleogravura (matriz em borracha).
** água-forte: é como é chamada a gravura em metal feita com ácido. O processo de sua feitura "se dá a partir do revestimento da chapa - que pode ser de ferro, cobre, latão ou zinco - com um verniz de proteção, seguido da incisão do desenho que se deseja obter, com estilete ou outra ferramenta de ponta metálica. Dessa forma, o desenho aparece onde o verniz foi retirado, sem arranhar o metal, permitindo a ação do ácido, que forma os sulcos em que a tinta será colocada. O tempo do mergulho no ácido pode definir tonalidades diferentes e o processo pode ser repetido inúmeras vezes." (http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=28)
buril: "buril é uma técnica que o gravador age diretamente na placa utilizando diversos tipos de buris. O buril retira filetes de metal da placa deixando sulcos. Serão nos sulcos que a tinta irá penetrar e após a impressão resultará um trabalho com diversas tonalidades obtidas com o distanciamento, a aproximação e o cruzamento de linhas."
diferente da ponta-seca e buril que são processos diretos (o gravador atua diretamente na matriz para obter os sulcos), a água- forte é uma técnica que os sulcos são obtidos através da ação de ácidos e/ou sais (http://www.gravurarte.hpg.com.br/page03.htm#As%20ferramentas ).
ponta-seca: a técnica da ponta-seca é uma das mais simples em gravura em metal. Consiste em riscar com uma ponta de metal diretamente sobre a matriz. Assim que a ponta vai fazendo um sulco no metal também vai levantando rebarbas nas laterais do sulco. O resultado da impressão é uma linha aveludada provocada pelas rebarbas (http://www.gravurarte.hpg.com.br/page12.htm#Ponta-seca).
Para o projeto tiré do Coletivo Ajuntaê
ResponderExcluircada vez mais
penso
o quão intrínseco está
o que escrevo
naonde escrevo
qual a carga simbólica
que este papel
traz
e quanto do que escrevo
está nele transformado
as mãos que construíram esse caderno
juntam-se às minhas
e a partir de agora
todos somos poetas